Já lá vai uma duzia de anos desde que me iniciei nesta coisa de andar à procura das ondas. Hoje, com incomensuravel satisfação, posso afirmar que mais do que as próprias ondas, o mais precioso que esta pequena loucura me tem dado a conquistar são os companheiros que vou encontrando por esses trilhos aquáticos fora..
Ora, se já posso contar umas quantas mãos cheias de companheiros de ondas, não posso deixar de dizer que, foi com o aquático de que trata o presente texto que conheci a verdadeira significação de "companheiro de ondas" (entendidas aqui, apenas, enquanto porções de água do mar que se elevam e deslocam).
Numa altura em que automóveis ainda eram coisas de gente grande, não eram raros os sábados em que palmilhavamos quase dez quilómetros de costa, para sul, na esperança de encontrar aquele cantinho depois da capelinha a funcionar, surfavamos até à exaustão e, regressavamos para casa com uma banana e umas marias no bucho, para de tarde irmos surfar outra vez.
Super matinais? Uma vez, às 5h40 já estávamos os dois na água à espera que o sol nascesse, e outra, deu-nos para entrar na 33 às onze da noite e quase lá ficávamos os dois.
Ora, se já posso contar umas quantas mãos cheias de companheiros de ondas, não posso deixar de dizer que, foi com o aquático de que trata o presente texto que conheci a verdadeira significação de "companheiro de ondas" (entendidas aqui, apenas, enquanto porções de água do mar que se elevam e deslocam).
Numa altura em que automóveis ainda eram coisas de gente grande, não eram raros os sábados em que palmilhavamos quase dez quilómetros de costa, para sul, na esperança de encontrar aquele cantinho depois da capelinha a funcionar, surfavamos até à exaustão e, regressavamos para casa com uma banana e umas marias no bucho, para de tarde irmos surfar outra vez.
Super matinais? Uma vez, às 5h40 já estávamos os dois na água à espera que o sol nascesse, e outra, deu-nos para entrar na 33 às onze da noite e quase lá ficávamos os dois.
A primeira surftrip que fiz, foi a Peniche com ele. Atrás dessa, vieram tantas outras.. Santa Cruz, Nazaré, Sagres, Ericeira, Vila do Bispo, Afife, ou simplesmente São Jacinto, como fizemos hoje ainda antes de nascer o sol.
Mas voltando ao que realmente motivou o presente texto,
Nos últimos três anos quase não vi o Diogo. Se apareceu algumas vezes para surfar, foi tão rápido que nem tive tempo para lhe dar na "pá". Outras tantas vezes, simplesmente não apareceu. Dizia-me que andava em ácidos.. entre Alquevas e FEUP, cervejas e cigarros, Reggaes e conferências, certamente devia andar.
Ora, foi na passada Quarta-feira, que percebi o que andou a fazer.
Pouco passaria das 14h30 quando, distinto, entrou para a Sala de Actos do Departamento de Civil, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.. Durante cerca de 20 minutos, que perdi, apresentou a sua "Analyses of Whater Management Strategys for the Left Margin of the Guadiana River Basing". Terminada a exposição, levantou a cabeça para um qualquer, que será tudo menos qualquer, afamado catedrático de civil, tentar, e friso, apenas tentar, chegar-lhe com a roupa ao pelo. Mas não chegou. O Andorinha estava em ácidos. Rebatia com tranquilidade, e levava sempre as questões mais longe.. é que o Alqueva tem muita água, mas nem toda tem qualidade, e a qualidade interessa.. quase tanto como o carácter.. e como disse lá um dos catedráticos que trabalhou com ele, carácter, tem o Diogo de sobra..
Interpelei-o no fim da defesa. Parecia desiludido.
- Então Mestre, tás infeliz?
- Não mas, o gajo não compreedeu o alcance da minha tese. E notou-se perfeitamente nas perguntas que me fez. Que perguntas de merda.. nem deu para aquecer.
Catedrático a levar uma flashada aquática.. para aprender a não fazer perguntas de merda.
Com um 18 na mochila, Andorinha de partida para mais um sítio qualquer.