sábado, 31 de janeiro de 2009

...AND A CATCHY TUNE!

Deixo aqui pendurada uma pequena performance dos "mais actuais", The Walkmen.
Talvez ainda haja espaço na Laranja para eles.

http://www.youtube.com/watch?v=5_fkop71wOc

E aqui fica a respectiva letra:

Well, it's back to the battle today.
But I wouldn't have it any other way.

Cause tonight we'll be crazy as kooks.


I'm dancing, grooving.

This lovely wooden floor.

The tom-toms are beating on.

Eyes are so sore.


There is still sand in my suitcase.

There is still salt in my teeth.

I kissed her in the window.

She covered up her face.

She's pretty, a Sherry.

But I'm far, far too late.


Someone said, man,

let's take a drive.

So here I am.

So here I am.


I crashed up a party

nickels and dimes,

A handful of strangers, all friends of mine.

I know that you're married, rings on your hand.

So I didn't stay 'til the end.


I don't need a Christmas card.

You don't need to write.

Last Christmas was black and blue, but this year is white.


The void repeats, repeats a sound so deep in my head.

Goodnight. Keep your shirt on. You can leave the way you came.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CATCH US IF YOU CAN....

.... is a 1965 song from The Dave Clark Five, written by group's drummer Dave Clark and guitarist Lenny Davidson.


Here they come again, mmmm-mm-mm
Catch us if you can, mmmm-mm-mm
Time to get a move on, mmmm-mm-mm
We will yell with all of our might!
[drums kick in]
Catch us if you can ...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Momentos...

Existem momentos que vêem e que passam... outros ficam...

Alguns ficam registados na memória... e podemos apenas contar com palavras para descrever um sem número de sensações e promenores...

Aqui está em video... o que retive em memória...

Marrocos rules...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Bola de Neve

Aquecimento global ou Era do gelo?? Os especialistas, divididos, não se decidem..


Entretanto, por cá, vamos atirando umas bolas de neve cheias de personalidade.

Seja como for, facto é que o passado final de semana se anunciava como o mais frio do ano. Uma tremenda vaga de temperaturas vários graus abaixo do zero já há alguns dias se tinha feito ao caminho, com partida no Ártico e destino a Sul. A Protecção Civil dava 11 distritos em alerta amarelo estando o da Guarda e Bragança em alerta laranja. Os telejornais, com repórteres fumegantes, narizes vermelhos e gorros ridículos, iam dando conta das ocorrências. Estradas cortadas, várias, cidades que não acordaram, várias, acidentes, vários, meios de resgate, limpa-neves, tractores e bombeiros em auxílio, insuficientes, pazadas de sal, várias, escolas fechadas, aldeias isoladas, crianças felizes, bonecos de neve e sacos de rabo deslizantes. Mantos de neve densa que cairam e ficaram e bolas de neve que se perderam no ar.

Confesso que, mesmo sem seguir o boletim metereológico, já sabia que vinha aí uma friaca de fazer estalar o esqueleto. O vento já soprava de noriente há vários dias e a temperatura só podia baixar. Mas porque gente prevenida vale por muita gente, antecipei logo os preparativos para o fim de semana de gelfa. Lenha cortada em pauzinhos finos para não faltar água quente na bailarina, paus menos finos para a salamandra, botija de gás no aquecedor, frigorifico atestado e cobertores para os convidados. Doublecheck no guru dos ventos, céu limpo, prometida viragem do vento a oriente, swellzinho espaçado de oeste-noroeste com 1.2m para os dois dias, gorro de neoprene localizado, Booggie Pinto e Alfanelas confirmados para sexta à noite, véspera da mais fria do ano.

Com as terras altas em estado de sítio e o resto do país praticamente em hipotermia, foram poucos os aquáticos que se fizeram às águas gélidas da costa Atlântica, certamente motivados pelo forecast que, diga-se, não desiludiu ninguem..

DIA 1:
Acordei pelas 9h30 assolado pela eterna dúvida: São Jacinto ou Costa Nova?? A suspeita de que o mar já tivesse crescido (alimentada por uma lua cheia acabadinha de virar) aliada à imagem solarenga da esplanada do Kontiki, com condições clássicas para a minha namorada ler o jornal, levaram a carruagem para a Sul.
Na Costa (conhecida actualmente como "Nova Hossegor"), tubinhos de meio metro/ metro a partirem para os dois lados, com muito espaço para chegar ao outside, foram o menu do dia. O Alfas, afastado das lides aquáticas há já bastante tempo, deu ao pedal sem hesitações e lá chegou ou prometido line-up. Aguentou uma ou duas esquerdinhas e viu um pouco da perfeição que aquela praia tem para oferecer, mas já se manifestava "com os bofes de fora", acabando por sair.
Booggie Pinto, em plena sintonia com as correntes malucas da Costa Nova, remou que nem um animal e tirou os louros do seu esforço. Depois de várias tentativas falhadas (entre elas, um atiradíssimo/a roçar o inconsciente drop numa direita quase tão corpulenta como o próprio visado), lá lhe saiu a onda do dia. Primeira do set, esquerda perfeita, metro consistente, drop seguro, mão no rail, bottom controladíssimo e acelera pela parede fora, na esperança da secção tubular que acabou por não cair, mas também não fez falta. Sem margem para dúvida, a melhor e mais perfeita onda que já o vi surfar, de forma totalmente controlada e com uma linha de fazer inveja a muitos.

DIA 2:
O Domingo acordou ainda mais frio do que o dia anterior. Com o entusiasmo ferido pela ausência dos dois aquáticos acima referidos (o primeiro, de partida para Viseu para um almoço em família; o segundo, já mergulhado no estudo das engenharias) e, sobretudo, pelo conforto da ronha matinal, ainda estremunhado, achei que a salvação estaria em ligar para um dos barra-pesada da crew bodyboardística de Espinho, para saber por onde andava a tropa. Do outro lado da linha, atiraram-me logo com um: "O que é que estás a fazer na cama? Estou a passar pela Torreira, a caminho do nosso cantinho favorito.. ontem deram lá altas ondas.."
Não foi preciso dizer mais nada. Qual frio, qual ronha! Menos de uma hora (porque a pressa excessiva tem um efeito preverso..) e uma boa caminhada depois, já conseguia avistar uma aglomeração de pontinhos pretos a flutuarem nas águas turbulentas do tal cantinho mágico. O canhão fotográfico e o 1,94m do Gustavo em terra, sugeriam aquilo que a maré enchente confirmava. Se as Bombas ainda não estavam a partir, já estariam certamente a caminho. E estavam.
Entrei, tranquilamente e sem hesitação, porque o contrário não se impunha. Que Gelo! Mas afinal de contas, é por estes dias que passamos tanto tempo à espera. E quando estes dias chegam áquele cantinho, não sei porque raio de razão ou coincidência, encontro-me lá sempre com os mesmos suspeitos. Os gajos sofrem lesões, trabalham, envelhecem, ganham responsabilidades, fazem filhos, já deviam estar cheios de ferrugem, mas não estão. Partem a loiça toda e encontram sempre mais loiça para partir. Durante alguns minutos, limitei-me a assistir, de ângulo privilegiado, a um verdadeiro Show de Bodyboard!! Que Ondas, ali, no nosso cantinho, só para nós.. O Paulinho Valente, completamente extasiado entre drops e tubassas de um outro mundo, dizia-me, como sempre diz, e não poderia deixar de dizer.. "Esta onda tem que ser a melhor do país!!" E, de facto, se não é a melhor do país, é, sem margem para dúvidas, a nossa melhor onda do mundo.
Devagarinho, lá fui apanhando umas ondas, a ver se a confiança crescia, que crescia, paulatinamente, a tentar acompanhar a maré, que com a enchente ía fazendo os triângulos maiores e as ondas mais pesadas.
Eis que entra mais uma com o meu número. Nada de especial. Nem era do set. Dropei, bottom-turn, acelera, já não abre, é curta, dá para bater, puxa o rail, sobe, pum, bola de neve, siga lá para baixo, Pum.. que estranho, há qualquer coisa que não está bem.

Recordo-me de "acordar" choramingante alguns minutos depois, já vestido, em cima do paredão, olhar para as ondas e ficar confuso. O que aconteceu? Eu estava ali? Não me sinto nada bem. Estou com o lado direito da cara partido? Pelos vistos não. A cabeça está latejante. Aliás, está tudo a latejar. Não me lembro de nada. Ou será que lembro? Porra, já fiz merda.

Soube mais tarde que teria sido atingido por um processo de despersonalização (entendido como uma desordem dissociativa, caracterizada por experiências de sentimentos de irrealidade, de ruptura com a personalidade, processos amnésicos e apatia), sintomático de uma situação de stress pós-traumático, resultante da consciencialização da passagem por um estado de semi-inconsciência, subsequente a impacto forte... subsequentes a uma bola de neve.

Moral da história: o Inverno está aí em força, há muita neve a cair, mas convém pensar duas vezes antes de atirar com uma dessas inofensivas bolas..


São Jacinto, gelado, going off - cortesia de Pedro Ferreira