Tem sido sempre assim. De há dois meses para cá que o fim de semana começa com um telefonema para o Zeca Pinto: "Zeca, como é que estamos de previsões?". Reporte completo, em cruzamento de windguru e google earth com umas pitadas de know-how local, plano traçado, está aberta a caça à onda. Sintra tem sido a coutada e este fim de semana não foi excepção...
Parte I - Começámos com uma early night session no M8, com muito nevoeiro, cagunfas bem arrumadas na mala do carro e uns bazaltos bem rasinhos no lusco fusco.
Parte II - Depois de uma manhã de aulinhas de Boogie Chicks, em que a crew de Alfama (extensamente composta por mim e Manu Felgar) aproveita para recuperar de uma noite de ferroviário. Seguiu-se a segunda dose: mais M8, mais raso ainda, com uns basaltos ainda maiores... dois vultos na água, eu e o Zeca Pinto, depois de um "não entres!" gritado para a Natasha (já plenamente equipada e cheia de confiança) com o tiago a rasgar as descidas do parque de estacionamento no seu long. Cascos com vista para a laje a abrir auto-pistas bem rápidas e uns sets de fazer as pedrinhas do fundo do mar respirar por palinhas. Final da história com a barriga cheia, a primeira cicatriz na minha fish e uns choletones no "Biscoito" do Guincho.
Parte III - Domingo 9 da matina, vitaminados, lá arrancámos em direcção à linha, decididos a encontrar um pico mais surfer friendly para deslizarmos em família. Praia pequena, glass, a encher. Pouco crowd. Sol. Não há dúvidas, encontrámos. Ficámos. Mais basaltos. Grossos, rápidos. Ainda a arriscar pouco nas esquerdas, fruto da recente passagem para o modo fish, deixei-as para o Zeca Pinto mandar uns DZP's de calar a concorrência. Fiquei na direita, em frente à casa amarela. Drops atrasados, paredes rápidas e longas e umas junções de fazer cair da varanda do primeiro andar e ficar a pedir à sorte para não aterrar com as costas na prancha. Destaque para a Natasha que, no maior pico, onde só boiavam barbas rijas, circulava à vontade, atirando-se para umas Senhoras Ondas e nem sempre acertando para o lado em que abriam... Barriga cheia a tostar ao sol cá em cima na falésia, heis que chega um ilustre desconhecido. Sorriso fácil, saco de BB nas costas e uns folhetozitos na mão, senta-se ao nosso lado antes de se nos dirigir: "Hi guys, you know any cheap place to stay around here?". Gal, Drop Knee'er de Israel, veio tentar a sorte no Sintra Pro que vai correr esta semana. Desorientado mas nem por isso muito preocupado, o Gal tinha acabado de chegar à Tuga. Boas vibrações trocadas, o Zeca lá lhe orientou uma britânica "residential" e eu e o Manu Felgar demos-lhe boleia até à praia das maçãs onde, após negociação com a clássica velhinha, o Gal se instalou, iniciando a sua preparação. Agradecimento sentido, abraço apertado e respeito pela amabilidade, cumpriu-se a tradição: não há boa alma que se cruze com um aquático nos seus domínios que não saia feliz e de problemas resolvidos. Boa sorte Gal!
E assim se passou mais um fim de semana com a família aquática...
Gal Kneezando no seu quintal:
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