estimados companheiros,
tardou em chegar, mas está finalmente aí..
Com ele, chegaram os dias curtos, frios, cinzentos e molhados. Chegaram os dias da desesperante apatia invernal. Aqueles dias feios e penosos, em o ócio praticamente se reduz a uma permanente procura de refúgio..
Hoje é Dezembro e o dia acordou-me naturalmente cinzento. Acordou-me frio e estremunhado, insistiu comigo para me deixar ficar. Quase vacilei.. mas a tempo lembrei que a prancha tinha ficado no carro. Sem hesitar,
saí de casa de rompante e logo me fiz aos intermináveis sete quilómetros que ligam a minha porta à barra de Aveiro. A expectativa de uma sessão matinal mais não era que uma simples gota de chuva, quando comparada com um dilúvio de vontade de ver o Inverno no mar. Lá estava ele, eremítico, frio e cinzento, com uma imensidão de alma, disfarçada de cordilheira a desabar até ao horizonte distante.
Prudente, inabalável, nem me atrevi a pensar entrar. O chão parecia simplesmente tão firme e sedutor, que uma caminhada observadora até à ponta do paredão surgia como o refúgio perfeito para o meu sereno dilúculo invernal..
Moral da história: só uma. Nestes penosos dias de Inverno, por mais sedutor que o abrigo de quatro paredes vos surja, lembrem-se que por vezes é lá fora que encontramos o melhor refúgio..
Bom Inverno!
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